O setor de alimentação fora do lar apresentou crescimento significativo em dezembro de 2024, conforme apontam os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi de 3,2% em comparação com novembro, evidenciando a resiliência do segmento, mesmo diante dos desafios econômicos.
No acumulado do ano de 2024, o serviço de alimentação registrou um crescimento de 5,5%, superando o índice geral de serviços, que cresceu 3,1% no mesmo período. Esse desempenho reflete a importância do setor para o cotidiano dos brasileiros, especialmente em períodos de maior movimentação, como as festas de fim de ano e o pagamento do décimo terceiro salário. Além disso, a demanda por alimentação fora do lar continua aquecida, impulsionada pelo turismo e pelo fortalecimento de novos modelos de negócios, como dark kitchens e deliverys especializados.
Entretanto, apesar do crescimento, o setor ainda enfrenta desafios relacionados à inflação. Em janeiro deste ano, os principais insumos – alimentos e bebidas – tiveram um aumento de 1,07%, enquanto a alimentação fora do lar registrou uma variação menor, de 0,67%. Esse descompasso evidencia a dificuldade que muitos estabelecimentos enfrentam ao tentar equilibrar custos e preços sem comprometer a clientela. Com margens de lucro apertadas, os empresários do setor precisam adotar estratégias criativas para manter a competitividade e garantir a sustentabilidade dos negócios.
Para o presidente do SindResbar, Wilson Luiz Pinto, a situação exige atenção e planejamento estratégico. “Os estabelecimentos muitas vezes optam por não repassar os reajustes de custo ao consumidor para evitar a perda de clientes. No entanto, essa estratégia tem um limite. Manter o equilíbrio entre reajuste e retenção de público está cada vez mais desafiador. Precisamos buscar alternativas, como negociação com fornecedores e otimização operacional, para que o setor continue crescendo”, avalia.
Além disso, Wilson Luiz Pinto destaca a importância de políticas públicas voltadas para o setor. “É fundamental que haja um ambiente regulatório que favoreça a recuperação e expansão do setor de alimentação. Medidas como incentivos fiscais e linhas de crédito acessíveis podem ser determinantes para garantir a continuidade dos negócios e a geração de empregos”, acrescenta.
Com um cenário dinâmico e cheio de desafios, o setor de alimentação fora do lar segue como um dos pilares do mercado de serviços no Brasil, demandando estratégias cada vez mais refinadas para garantir sustentabilidade e crescimento a longo prazo.
